sexta-feira, janeiro 10, 2020
Quando a luz se fez
(Maíra Mendes)
Quando a luz se fez
E eu me senti menina
Outra vez
Pude curtir estar deitada só
De calcinha
Na cama
Pensando em você
De bruços
Balançando as pernas no ar
Quando a luz se fez
E eu me senti mulher
Outra vez
Me vi de quatro
Aos seus pés
Implorando que não parasse e
parasse
Em um ritmo alucinante
Que é só seu
Quando a luz se fez
E eu me lembrei de mim
Outra vez
Revi o que eu senti
Quando ouvi você tocando
Tentando demonstrar que não se afetava
Por eu estar olhando
Atenta e atenciosa
E me vi delirando quando
Entre um solo e outro
Você me mandou aquele beijinho
Discreto
Que ninguém perceberia
Exceto eu
Quando a luz se fez
E desvelou minhas sombras
Outra vez
Pude sentir o gosto doce
Do desespero
De amar sem ser amada
De ser desejada
Mas não possuída
De ser tão menina e tão mulher
Mas não ser nada sem você
Senti, assim, sem senão
O gosto azedo de esperar
Sem esperança
De querer não estar sozinha
E saber que jamais estive
Em tamanha Solidão
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