domingo, fevereiro 16, 2020
Tanto Travesseiro
(17/04/2017)
Maíra Mendes
Na cama, sozinha
Reviro poemas e passados presentes
Tantos travesseiros não suprem a falta de você
Não contemplam seu cheiro
Não suportam tua boca
Não apaziguam meu âmago
Abóbada celeste
Não se preste a esse papel de teto
Na cama sem você
Sou um feto
Dejeto de gente
Essa sou eu na cama
Sem você
Caçando o vício virtual
Desde sempre igual
Fazendo do tédio meu rei
Só eu, desse silêncio, sei
Clamo por amor
Sobra meu calor
Sem você pra partilhar
Amanhã serei capaz de me suprir
Mas hoje queria apenas me umir
Me munir de forças pra lutar
Porque a ansiedade me impede de prosperar
E a saudade mina minha saúde
E eu fico assim toda amiúde
Só porque os travesseiros não aplacam meu desespero
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